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Mostra retrata os primeiros povos que habitaram o território goiano há 11 mil anos 

Visitantes terão acesso a imagens e objetos arqueológicos inéditos encontrados em sítios arqueológicos em Goiânia e em outros municípios do estado 

Como viviam os primeiros habitantes do estado de Goiás? Quem visitar a mostra Goiás: 11 mil anos, fará uma viagem no tempo por meio de objetos arqueológicos que retratam os aspectos culturais e o modo de vida das populações humanas que ocuparam a região desde 11 mil anos antes do presente. Promovida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no estado de Goiás (Iphan-GO), a exposição será lançada na próxima quarta-feira, 24 de agosto, mês em que se comemora o Patrimônio Cultural Brasileiro. 

A exposição é composta por mais de 100 peças, incluindo pontas de flechas, carimbos corporais, cachimbos, adornos de pedra-sabão, urnas funerárias e outros, que foram disponibilizados por Instituições de Guarda e Pesquisa de Bens Arqueológicos situadas no estado de Goiás. Os artefatos são oriundos de sítios arqueológicos localizados em Goiânia, no setor Vale dos Sonhos, e em outros 25 municípios: Aparecida de Goiânia, Alto Horizonte, Brazabrantes, Caçu, Catalão, cidade de Goiás, Colinas do Sul, Crixás, Edéia, Formoso, Itaberaí, Itarumã, Jussara, Mara Rosa, Monte Claros de Goiás, Niquelândia, Palmeiras de Goiás, Pirenópolis, Pires do Rio, Planaltina de Goiás, Porangatu, Santa Terezinha de Goiás, Serranópolis, Trindade e Uruaçu, além do Distrito Federal. 

Além das peças, a mostra apresenta também uma linha do tempo com os principais marcos históricos e períodos vivenciados por homens, mulheres e crianças, estes identificados como caçadores e coletores; agricultores e ceramistas; e, por fim, sociedade ibero e afro-brasileira. A história de ocupação humana no estado de Goiás está representada por objetos de pedra, argila, metal, vidro, cerâmica branca, louças, além de pinturas e gravuras rupestres encontradas em paredões de sítios arqueológicos.  

Para a integrante da equipe de arqueologia do Iphan-GO, a arqueóloga, Margareth Souza, os objetos e os dados na linha do tempo possibilitam a aproximação do público com o Patrimônio Arqueológico. “De forma didática, instigando a curiosidade e o desejo do conhecimento, os visitantes poderão compreender os hábitos alimentares e comportamentais (aspectos culturais) ao longo da ocupação do território goiano, o cotidiano de nossos antepassados, além de uma variedade de situações sociais vividas”, ressalta.

Os estudos nos sítios arqueológicos revelam a história de um determinado local e fornecem o conhecimento das culturas e instrumentos até hoje utilizados. “A arqueologia possibilita o resgate da história, revelando os costumes e a cultura dos povos que aqui viveram”, explica a equipe de arqueólogos do Iphan-GO. 

Os artefatos das populações pré-históricas permitirão ao público imaginar atividades diárias que eram divididas e executadas por homens e mulheres. “Ferramentas como machados, pontas de flecha e vasilhames auxiliavam na caça e no preparo de alimentos, por exemplo. Outro destaque são as urnas funerárias, que mostram como eram realizados os sepultamentos”, complementam os arqueólogos. 

O patrimônio arqueológico é bem cultural acautelado em âmbito federal, faz parte do patrimônio cultural material e engloba os vestígios e os lugares relacionados a grupos humanos pretéritos responsáveis pela formação identitária da sociedade brasileira. Eles são representados por sítios arqueológicos, peças avulsas, coleções e acervos que podem ser classificados em bens móveis e imóveis. Só no estado de Goiás, existem 1530 sítios arqueológicos cadastrados no banco de dados do Iphan. 

Educação para o patrimônio 

A mostra Goiás: 11 mil anos busca sensibilizar e propagar a importância do Patrimônio Arqueológico para o público em geral. “O nosso desejo é que a exposição estimule os visitantes – adultos e crianças – a percorrerem e conhecerem momentos importantes da ocupação humana. Com essa ação, o Iphan-GO reforça a sua missão de valorizar o patrimônio arqueológico, a identidade cultural dos povos, a memória e outras tantas coisas que fazem parte da nossa vida, mas que muitas vezes, não nos damos conta do quão importantes elas são”, destaca o superintendente do Iphan-GO, Allyson Cabral. 

Após o lançamento, a exposição será aberta ao público em geral e possibilitará também a visita de grupos de alunos, mediante agendamento. Atividades de integração voltadas ao reconhecimento das culturas serão realizadas com os visitantes através de mediadores da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) e da Universidade Federal de Goiás (UFG). O espaço da exposição está adaptado para receber pessoas com deficiência. 

A visita mediada à exposição consiste em uma ação de educação para o patrimônio, que por meio do diálogo e a construção conjunta com a sociedade, permite a identificação, reconhecimento, proteção e a promoção do Patrimônio Cultural Brasileiro. 

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